Brilhe vossa Luz

O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo.

Brilhe a vossa luz! - proclamou o Mestre.

Procuremos brilhar! - repetimos nós.

Emmanuel


sábado, 29 de maio de 2010

Perspectiva Espírita


Por mais tempo que tenhamos de espiritismo, é estranho que, seja por condicionamento ou por insuficiente esclarecimento, lançamos ainda um olhar limitado sobre a VIDA.
Me faço esse questionamento sobre visão espírita nos meus 51 anos de idade e me pego surpreso comigo mesmo afirmando coisas como: "imagine, já estou muito velho para começar uma nova carreira".
Por outro lado sei que se alguém fizer uma universidade aos 70 anos de idade, poderá não ter tempo de aplicar os conhecimentos nesta encarnação, mas certamente estará se preparando para a próxima.

Como espíritas, devemos ter em mente que tão natural quanto dizer que "daqui a 5 anos pretendo fazer tal curso", posso dizer: "na próxima encarnação pretendo realizar tal projeto".

Pensar em planejamento da encarnação futura é um exercício que podemos fazer desde já.

Para nós espíritas, a reencarnação é um fato, tanto quanto o nascimento, a vida e a morte o é no plano físico.

Para nós espíritas a VIDA é um fluxo contínuo e nesse aspecto ela é única. Fluímos então, em vários estados de consciência, ora no corpo físico, ora fora dele, de posse de todas as faculdades possíveis do corpo espiritual.

Quando no estado de encarnados, podemos dizer que estamos como que num escafandro, mergulhados num plano mais denso e tendo que enfrentar as asperezas, a lentidão e a limitação que esta densidade do mundo físico produz.
Libertos, na desencarnação, levaremos tão sómente os tesouros do céu de que Jesus falava, adquiridos neste mergulho, que é a aventura de uma encarnação.

Esses tesouros do céu, representam o que de melhor levamos em termos de conhecimentos, virtude e amor cultivados.



domingo, 23 de maio de 2010

A alegria fugaz da vingança

"Recuso-me a aceitar que um membro da grande família espírita possa ceder ao impulso da vingança ao invés de perdoar"
Jules Olivier - Paris, 1862 - ESE - Cap. 12 - A Vingança

Quando estudamos o Evangelho Segundo o Espiritismo - ESE, no Capitulo 12, cujo tema é Amai os Vossos Inimigos, começamos a ter a lucidez de perceber que de fato, a Vingança é sempre motivada pelo impulso mais animalizado, que produz por isso uma alegria e satisfação instantânea, porém fugaz.
Como todo o vício, logo após o estado de euforia vem a depressão profunda. Esse estado de amargura nasce do não cumprimento da maior das vocações humanas que é a evolução através do aprendizado constante.
Ao vingar-se o indivíduo nada aprendeu, pelo contrário, apenas cedeu a um impulso como um animal assustado ataca para se defender do próprio medo.
Todo o vício é motivado pelo desejo intenso de fugir ao medo. Quando alimentado, retroalimenta também esse medo. Fortalece, portanto, a covardia e a depressão que se segue a ela.
O imediatismo de angariar satisfação rápida também motiva a vingança como um meio fácil de resolver questões, que para o vingador trata-se de "fazer justiça".
O vingador é incapaz de perceber os fatos de maneira completa, enxerga aquilo que quer e não o fato como realmente ele é.
Outra vocação humana para felicidade, está ligada a valores perenes. Nós queremos nos perpetuar e sermos felizes, serenos.
A Sabedoria Espírita nos convida a trocar a alegria fugaz da vingança pela felicidade perene do perdão.
Essa troca é extremamente vantajosa para nós, que angariamos com ela frutos de saúde e paz interior. Equilíbrio que fará com que efetivamente o universo conspire a nosso favor.
Daí perceberemos de fato, o que são os milagres que mudam a nossa sorte no dia-a-dia.
O vingador estará sempre sombrio e triste. Doente e maldizendo o mundo.
Aquele que perdoa ao contrário, estará sempre feliz, de bem com o mundo e próspero em oportunidades novas de crescimento.

sábado, 15 de maio de 2010

Um prêmio à coerência espírita

Há por aí crenças de que é possível estar blindado das dificuldades. Que se você começar a frequentar a igreja x, y ou z, todos os seus problemas acabaram. É uma espécie de solução "Tabajara" ou "Sr. Creisson" para todos os seus problemas. Isso cabe bem em programa de humor, mas quando se trata da vida de todos nós, é preciso levar a coisa um pouco mais a sério. Claro, sem perder o bom humor.
A Doutrina Espírita tem duas características, entre tantas, que me levam a entender que é a que mais me trouxe respostas.
Primeiro, a busca e a paixão pela Verdade. Segundo, a percepção espírita de que nós somos os principais responsáveis pelo nosso destino.
Na paixão pela Verdade, a Doutrina Espírita jamais vende gato por lebre. Nos diz claramente, que somos herdeiros de nós mesmos, de nosso passado. E que as dificuldades acontecerão de qualquer modo, inevitáveis, mas que são fontes de aprendizado e passarão o mais rápido quanto for a nossa tomada de consciência sobre o que temos que aprender com esses percalços.
Quanto a sermos responsáveis pelo nosso destino, isso nos remete ao mérito de nossas conquistas e ao mesmo tempo ao demérito de nossas "pisadas na bola".
Na doutrina espírita não há espaço para crença em um deus caprichoso e paternalista, que proteje aqueles que o bajulam, como se Deus, Inteligência Suprema, Causa Primeira de Todas as Coisas, precisasse de bajuladores.
Deus na sua Soberania de Justiça e Bondade, oferece sim oportunidade à todos nós, seus filhos amados, que estamos destinados a angelitude na co-criação com o Pai.
Somos peregrinos dessa jornada reencarnatória, que nos leva à perfeição. Sem distinção de qualquer espécie.
Quão boa é a coerência espírita, que espelha a luminosa e infinita coerência de Deus!

Abraço Fraterno

sábado, 8 de maio de 2010

A vida é pragmática!

"Sede pacientes. A paciência é também caridade e deveis praticar a lei da caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade da esmola dada aos pobres é a mais fácil delas. No entanto, há uma bem mais difícil, e consequentemente bem mais louvável, que é perdoar aqueles que Deus colocou em nosso caminho para nos servirem de teste em nossos sofrimentos e colocar nossa paciência à prova."


Um Espirito Amigo - Havre, 1862 - Capítulo 9 do Evangelho Segundo o Espiritismo


Há um ditado popular que diz: "A teoria na prática é outra", como todos os bons ditados, é muito sábio. Gosto mesmo, deste, em particular.

Uma das poucas certezas que temos sobre a complexidade de nossas vidas, é de que aquilo que experimentamos, de fato, é o que podemos aprender.

Embora, na teoria, saibamos do sofrimento que nos causa uma maldade feita contra nós, só vamos realmente transformar essa teoria em conhecimento real, se efetivamente, experimentarmos do efeito deste mal.

Se em algum momento somos maledicentes, sabemos que está errado, mas se continuamos a "brincadeira", daí a vida providencia que sejamos vítimas de maledicência para que possamos avaliar na prática o que isto significa.

Provar do malefício da maledicência, com paciência e aprender com esse remédio amargo. Eis a grande escola da vida, que de forma pragmática, nos ensina!

Assim como o exemplo acima, poderíamos enumerar uma série de outros males, dos quais nos achamos vítimas! Sempre nos exigindo paciência, perseverança e tempo para cicatrização das feridas.

Importante é perceber que não há vítimas nem algozes, só há cumplices!

sábado, 1 de maio de 2010

A ilusão da individualidade


Lembrei-me hoje, quando de uma leitura da obra "O Evangelho de Buda" de Yogi Kharishnanda, de um capítulo em especial, que me chamou a atenção.


No capítulo VIII, entitulado "Grão de Mostarda", há uma parábola sobre uma mãe desesperada, por ter o filho desencarnado em seus braços que procura o Senhor Buda, na esperança de que o filho pudesse ser ressuscitado pelo Mestre.


Seguindo a orientação do Mestre, ela sai a procura de um Grão de Mostarda, que deveria ser encontrado em uma casa onde não tivesse havido morte. Ao voltar, lógicamente frustrada, ouve das palavras do Senhor Buda:


"Minha irmã, procurando o que não podes encontrar, achaste o amargo bálsamo que eu queria dar-te.

Sobre teu seio dormiu hoje o sono da morte o ser que amas. Agora já sabes que todo mundo chora dor semelhante à tua. O sofrimento que aflige todos os corações, pesa menos do que concentrado num só.

Escuta! Derramaria eu meu sangue se ao derramá-lo pudesse deter tuas lágrimas e descobrir o segredo de o amor causar angústia e através de prados flóridos conduzir-nos ao sacrifício, qual mudos animais conduzidos por seus donos.

Nenhum nascido pode evitar a morte. Assim como os frutos maduros cáem da árvore, assim os mortais estão expostos à morte desde que nascem. A vida corporal do homem acaba-se partindo como vasilha de barro do oleiro. Jovens e adultos, néscios e sábios, todos estão sujeitos à morte.

Porém o sábio que conhece a Lei não se perturba, porque nem pelo pranto, nem pelo desânimo obtém a paz, mas pelo contrário, avivam as dores e os sofrimentos do corpo. A morte não faz caso de lamentações.

Morre o homem, e seu destino está determinado por suas ações. Embora viva dez ou cem anos, acaba o homem por separar-se de seus parentes ao sair deste mundo.

Quem deseja a paz da alma, deve arrancar de sua ferida a flecha do desgosto, da queixa e da lamentação.

Bendito será quem vencer a dor.

Sepulta tu mesma o teu filho."



Reflitamos,